Morte de ganhador da Mega-Sena: veja quem são os suspeitos

Por Sérgio Ferreira 18/09/2022 - 22:06 hs

Por:  Sérgio Ferreira

Rogério Spínola, de 48 anos, foi o primeiro preso da investigação. Segundo a delegada da Deic Piracicaba, Juliana Ricci, ele tem uma série de passagens pela polícia por crimes como roubo, furto, homicídio, estelionato e lesão corporal.

Spínola cumpriu 15 anos de prisão e saiu da penitenciária em dezembro do ano passado. A prisão de Spínola ocorreu em Santa Bárbara d'Oeste e, segundo a polícia, ele nega participação no crime.

Juliana Ricci não detalhou a participação dele no esquema, mas informou que Spínola era parceiro de outra pessoa investigada.

"Nesse momento nós temos um rol de provas que permitiu que o judiciário decretasse a prisão dele, mas alguns detalhes eu não posso divulgar porque mantenho a investigação", disse Juliana, durante coletiva de imprensa no sábado.

Rebeca

Mulher identificada como Rebeca foi presa suspeita de envolvimento na morte de ganhador da Mega-Sena — Foto: Rodrigo Pereira/g1

A Guarda Municipal de Santa Bárbara d'Oeste informou que Rebeca foi presa na manhã deste domingo no bairro Mollon e depois encaminhada para a Deic de Piracicaba (SP), delegacia que concentra as investigações do caso.

Segundo Polícia Civil, foi para uma conta no nome dela que os suspeitos transferiram parte do dinheiro da vítima.

Subinspetora da Guarda Civil Municipal, Érika Traldi afirmou que a mulher alegou ter sido "abordada" por dois homens, que a levaram até um banco e pediram para que abrisse uma conta. Rebeca passou dois apelidos dos homens e disse não saber os nomes.

Após o depoimento de Rebeca na Polícia Civil, o companheiro dela também foi levado para delegacia, onde foi ouvido e liberado.

Há a informação de que outra parte dos recursos da vítima foi transferida pra um CNPJ, mas a polícia disse que não poderia dar detalhes por que as investigações estão em andamento.

Marcos Vinicyus Sales de Oliveira

Imagens de câmera de segurança de banco flagrou Marcos Vinicyus, segundo a polícia — Foto: Reprodução

O diretor Departamento de Polícia Judiciária do Interior 9 (Deinter 9), Kleber Altale, informou que Marcos Vinicyus, conhecido como Vini, dirigia um dos dois veículos usados no crime, uma caminhonete S-10. A Justiça decretou a prisão dele, mas não foi encontrado.

A vítima foi abordada quando saía, a pé, de uma padaria, e obrigada a entrar na caminhonete. Os criminosos usaram violência ''extrema'', segundo a polícia, para que ele informasse os dados bancários.

A delegada Juliana Ricci afirma que foi Marcos Vinicyus o responsável pelos dois saques de R$ 1 mil e pela transferência no valor de R$ 18,6 mil da conta de Jonas Lucas. O suspeito foi flagrado por câmeras de segurança em uma agência da Caixa Econômica de Campinas, onde realizou as transações.

Segundo Juliana, Marcos Vinicyus também habilitou um aplicativo de celular para conseguir realizar as movimentações financeiras. O suspeito tem passagens por estelionato, receptação e deixou o sistema penitenciário em setembro de 2021.

Roberto Jeferson da Silva

Silva dirigia o Ford Fiesta preto também usado para abordar o milionário morto. A participação dele não foi detalhada pelos policiais civis. Ele não possui passagens pela polícia e segue foragido.

Segundo a Polícia Civil, as investigações prosseguem com análise de provas colhidas nessas ações e novas quebras de sigilos bancários e telefônicos. Nenhum dos veículos usados foi localizado.

'Violência extrema'

Delegados explicam como ganhador da Mega-Sena foi morto em Hortolândia

Delegados explicam como ganhador da Mega-Sena foi morto em Hortolândia

A delegada que investiga o caso, Juliana Ricci, afirmou que Jonas Lucas foi vítima de "extrema violência". Durante o período em que ficou sob poder dos criminosos, cerca de R$ 20 mil foram retirados de suas contas e houve uma tentativa de transferência de R$ 3 milhões, sem sucesso.

Jonas foi raptado depois de sair para caminhar na terça (13), sendo abandonado às margens do km 104 da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia (SP), próximo da alça de acesso da SP-101.

Ele foi socorrido e apresentava sinais de espancamento. Chegou a ser levado ao hospital, mas morreu. Segundo a investigação, tudo indica que o grupo tinha conhecimento da situação financeira de Jonas Lucas, mas ele não os conhecia.

Prêmio motivou o crime

Antes mesmo das prisões, Polícia Civil já havia afirmado que a morte de Jonas Lucas foi motivada pelo prêmio de R$ 47,1 milhões da Mega-Sena.

Segundo a delegada Juliana Ricci, uma tentativa de saque de R$ 3 milhões foi feita via aplicativo de mensagens.

Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ganhador da Mega-Sena, assassinado em Hortolândia (SP) — Foto: Reprodução

O crime

Jonas foi abandonado às margens do km 104 da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia (SP), próximo da alça de acesso da SP-101. Ele foi socorrido e apresentava sinais de espancamento. Chegou a ser levado ao hospital, mas morreu.

A advogada da família relatou à polícia que a vítima havia levado apenas carteira e documentos para a caminhada. Ao final do dia, como não foi mais possível contatá-lo, familiares registraram ocorrência de desaparecimento na delegacia eletrônica.

Depois de ser encontrado, o homem foi socorrido pelo resgate da concessionária Autoban ao Hospital Mário Covas, mas não resistiu.

O médico da unidade que atendeu Jonas Lucas atestou traumatismo cranioencefálico como causa da morte.

O corpo de Jonas foi enterrado na sexta-feira (16). Um ônibus foi disponibilizado para levar amigos e vizinhos ao enterro. O sepultamento ocorreu no Cemitério da Saudade, em Sumaré (SP).

Lotérica no Jd. Nova Europa, em Campinas (SP), onde Jonas Lucas fez a aposta vencedora da Mega-Sena em 2020 — Foto: Reprodução/EPTV

'Era simples'

Vizinho do milionário da Mega-Sena, o aposentado João Batista Alves contou que muita gente nem acreditava que Jonas tinha ganhado a bolada em razão de como ele levava uma vida simples.

"Era igual a gente, pessoa simples, que andava de chinelo, tranquilo, sempre passava aqui, sempre atencioso com a gente", disse.

Quem conhecia Jonas Lucas há décadas garante que ele não mudou nada com o prêmio milionário recebido.

"Eu fui muito comprar com ele quando trabalhava no depósito. [Após o prêmio] era a mesma pessoa, não mudou nada, continuou como se nada tivesse acontecido", lembra Luiz.