Jovem encontrada morta em altar de igreja

'Todo mundo gostava dela', diz mãe de jovem

Por Sérgio Ferreira 08/01/2020 - 10:08 hs

Por Visual News Noticias / Sérgio Ferreira

Após enterrar a filha nesta terça-feira (7), a diarista Valdete Francisco Marciel, de 38 anos, disse que Larissa Francisco Maciel, de 23 anos, chegou em casa "inquieta e com as roupas sujas" na noite de domingo (5), horas antes de ser encontrada morta.

"Ela ficava andando para lá e para cá. Trocou de roupa e saiu. Depois disso, não vi mais minha filha."


O corpo da jovem foi encontrado no altar de uma igreja evangélica na última segunda (6) na Candangolândia, região administrativa do Distrito Federal.

Larissa estava nua e tinha marcas de queimaduras pelo corpo, incluindo na região íntima. Ela também apresentava sinais de estrangulamento, segundo a Polícia Civil.

O crime está sendo investigado como feminicídio pela 11ª Delegacia de Polícia, no Núcleo Bandeirante. Se confirmado, será o primeiro caso do tipo em 2020.

Ao G1, Valdete Marciel disse que a filha era doce, meiga e engraçada. Segundo a mãe, a jovem trabalhava como diarista, assim como ela, e era bastante conhecida na região.

"Todo mundo gostava dela. Ela não merecia, quem fez isso é um monstro."

O corpo de Larissa Francisco Maciel foi encontrado dentro da Igreja Evangélica Tenda da Libertação, que fica na entrequadra QR 2/4. O local é aberto e protegido apenas por um toldo. À reportagem, Valdete disse que moradores da região reclamam do espaço.

"As pessoas entram e fazem o que querem dentro dessa tenda. Mas eles falam que é uma igreja."

O G1 procurou os responsáveis pela instituição religiosa, e um pastor que se identificou como Eustáquio disse que a tenda está instalada na região desde 2010. Afirmou, ainda, "não saber de nada" sobre o caso.

"Nós fazemos cultos e orações nesse espaço. Naquela região, temos muitas pessoas carentes. Nossa comunidade está ali para ajudar os moradores", contou o religioso.

Segundo a Polícia Civil, o corpo de Larissa foi encontrado por um diácono da igreja. Inicialmente, a suspeita era de morte natural.

No entanto, além das marcas de queimadura nas partes íntimas e nas roupas da mulher, os investigadores encontraram sinais de estrangulamento.

O enterro da jovem ocorreu na tarde de terça (7), na cidade de Cabeceira Grande, em Minas Gerais.

O ano de 2019 terminou com um aumento de 62% no número de feminicídios no DF em quatro anos. De 5 de janeiro até 26 de dezembro do ano passado, o G1 acompanhou 34 casos.