Trabalhar demais eleva em 70% o risco de pressão alta, diz estudo

Por Visual News Notícias 28/12/2019 - 10:35 hs

Por Visual News Noticias / Sérgio Ferreira

Trabalhar demais aumenta o risco de pressão alta e, consequentemente, o desenvolvimento de doenças cardíacas. Pelo menos é o que diz um estudo divulgado esta semana pela American Heart Association.

No Brasil, uma a cada quatro pessoas convivem com a hipertensão. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 34 mortes ocorrem, por hora, no Brasil. Por dia, soma-se 829 óbitos em decorrência da doença, totalizando 302 mil morte por ano, causadas pela pressão alta ou algum fator desencadeado por ela.

O estudo, feito no Canadá, observou mais de 3.500 servidores públicos de Quebec durante cinco anos. Os pesquisadores observaram que aqueles que trabalhavam 49 horas por semana tinham 70% a mais de chance de ter hipertensão mascarada – de difícil diagnóstico, por vezes só detectada quando o paciente faz o exame de mapa que dura 24 horas. A pesquisa identificou também que há um aumento de 66% na possibilidade dessas pessoas terem hipertensão sustentada – aquela medida facilmente pelo aparelho. Trabalhar de 41 a 48 horas também pode causar até 50% mais chance de desenvolver a doença.

“Os dois tipos de hipertensão estão ligados a doenças cardiovasculares”, afirma o chefe da pesquisa e professor do Departamento de Medicina Social e Preventiva da Universidade Laval, Xavier Trudel. “As associações observadas foram responsáveis pelo estresse no trabalho, um estressor definido como uma combinação de altas demandas de trabalho e baixa autoridade de tomada de decisão. No entanto, outros estressores relacionados podem ter um impacto”. No futuro, os pesquisadores também vão incluir outros fatores como ambiente social e responsabilidades familiares.

“A pessoa deve ter consciência de que se ela trabalha muitas horas, ela deve pedir que seu médico cheque a sua pressão, especialmente com um monitor por um período de tempo. Uma a cada cinco pessoas com hipertensão não conseguem diagnóstico no primeiro exame clínico, o que acaba atrasando o tratamento”, aponta Trudel no estudo publicado na revista científica Science Daily.