Parte do apartamento incendiado na 110 Norte pode desabar, diz Defesa Civil

Os moradores não puderam retornar aos apartamentos, apenas foram autorizados a pegar objetos essenciais e sair

Por Sérgio Ferreira 14/05/2018 - 22:18 hs

Por Visual News Noticias

Corre risco de desabar a varanda do apartamento 603 do bloco M da 110 Norte, que pegou fogo na tarde desta segunda-feira (14/5), disse a Defesa Civil. A perícia avaliou que houve o rompimento de um cabo de protensão, responsável pela resistência da estrutura. 

"Percebemos um pequeno dano estrutural, com o rompimento de pelo menos um cabo de protensão e existe a possibilidade de uma queda da marquise ou da varanda (do prédio). Por isso, a recomendação dos bombeiros é de que nenhum morador durma no edifício hoje", afirmou o  sub secretário da Defesa Civil Sérgio Bezerra. Os 60 apartamentos foram desocupados.

Amanhã, às 9 horas, será iniciada uma nova avaliação. "Após a contração das estruturas, por conta da dilatação do fogo, poderemos perceber melhor a extensão do problema. Com a avaliação, deve-se começar o escoramento vertical da estrutura ou um outro caminho a ser indicado uma ação específica", concluiu Bezerra.
 

O incêndio 

Já pegava fogo o apartamento 603 do bloco M da 110 Norte quando uma idosa de aproximadamente 90 anos foi resgatada por dois vizinhos. Ela e um cachorro estavam sozinhos na duplex do genro. O local, avaliado e mais R$ 2 milhões, foi totalmente tomado pelas chamas. 
 
"A idosa não soube dizer o que teria provocado o incêndio. Relatou apenas que ouviu uma explosão em um dos quartos, foi até o local e não viu nada. Quando percebeu, já estava pegando fogo", contou o coronel Marco Negrão, do Corpo de Bombeiros, comandante da operação.

Enquanto essas três pessoas conseguiram sair das casas, duas mulheres ficaram presas no apartamento 602. Elas não conseguiam deixar o imóvel por causa da grande quantidade de fumaça no corredor e da dificuldade de locomoção de uma delas. 

Míriam Layla Absy, síndica do prédio e uma das vítimas presas, ligou para a amiga e vizinha Maria Antonieta Turini, 65, pedido socorro. "Saí do prédio 10 minutos antes do incêndio começar. A síndica, que é muito minha amiga, me ligou desesperada dizendo: ‘Pelo amor de Deus, eu estou sufocando!’. Ela contou que nenhum dos porteiros atendia o interfone, então voltei correndo. Cheguei e vi que o fogo tinha tomado todo o andar", relatou Maria, que ficou apreensiva observando o resgate juntamente com os demais vizinhos. 

As mulheres saíram pela escada magirus de um  caminhão dos bombeiros e o resgate durou quase uma hora. "Fizemos várias tentativas para que a escada (do caminhão) chegasse à sacada. Como as vítimas estavam bem e calmas, fizemos o procedimento da forma correta, devagar, para não travar o sensor de aproximação (da escada)", explicou Negrão. Todas as cinco vítimas precisaram de atendimento médico por inalar fumaça, assim como um bombeiro. 

O fogo, que começou por volta das 15h30, só foi totalmente apagado às 20h30. Das oito coberturas individuais, quatro foram atingidas de alguma forma pelo incêndio. A fumaça tomou conta de toda a prumada. O fogo, no entanto, ficou contido no apartamento 603 e o calor chegou a danificar parte do 604.
 
Atuaram no combate às chamas e no resgate às vítimas cerca de 50 militares, seis viaturas, duas escadas, quatro ambulâncias, além de viaturas da Polícia Militar que organizaram o trânsito. 

Por volta das 19h30, a entrada de parte dos proprietários foi liberada apenas para que eles pegassem alguns objetos essenciais. Nos apartamentos mais próximos ao fogo, quem pegou os pertences foram os próprios militares. 

CB