Quais são e o que fazem as cidades mais inteligentes do mundo

Londres, Tóquio, Roterdã e outras seis cidades em uma lista especial

Por Visual News Notícias 23/05/2017 - 08:55 hs

Atualmente, metade da população mundial vive em centros urbanos. Até 2050, projeta-se que esse total alcance três quartos de todas as pessoas do planeta. E, conforme esses centros crescem, eles precisam de modelos cada vez mais sustentáveis para progredir. Desde o abastecimento de alimentos, água e energia, passando por sistemas de locomoção mais eficientes, distribuição e integração de áreas de moradias, serviços e emprego com infraestrutura, além de – claro – a utilização da tecnologia para modernizar processos e resolver problemas.

Existem inúmeros rankings das famosas “smart cities”, as cidades mais inteligentes do planeta, que levam em conta não apenas a utilização da tecnologia no dia a dia, mas, principalmente, a conectividade entre todos os setores, sua aplicação para um desenvolvimento sustentável e um futuro melhor com qualidade de vida para a população.

Veja a lista:

ENERGIAS RENOVÁVEIS E SEGURAS

(JASMINE NEARS/FLICKR)


Tóquio é a cidade mais inteligente do mundo segundo a última edição de um dos rankings mais completos sobre o tema, divulgado pelo IESE Business School da Espanha. Centro econômico e cultural do Japão, a metrópole foi uma das cidades japonesas que mais sofreu com o abastecimento de energia, depois do acidente em Fukushima, em 2011, e a consequente desativação de usinas nucleares em todo o país nos meses seguintes. Desde então, o Japão vem se dedicando a uma nova estratégia para manter-se autossuficiente energeticamente, diversificando suas fontes, como usinas de gás natural e óleo e também renováveis, como energia solar e eólica. A meta é ter 24% de toda a energia vinda de energias limpas até 2030. Além disso, o país melhorou seu sistema de distribuição em rede para evitar colapsos energéticos em casos de eventos naturais, como terremotos e tsunamis.


TRANSPARÊNCIA E CONFIANÇA

(BENJAMIN HORN/FLICKR)

O planejamento para o futuro também deve contar com o envolvimento dos moradores. Helsinki, capital da Finlândia, foi pioneira em divulgar na internet dados sobre sua população, transporte e educação, entre outros. Isso permite que programadores e empresas criem iniciativas que usam a transparência das informações para elevar a confiança da cidade em seu governo e ainda promover esse contato na prática. Um exemplo foi o app “fixmystreet” ("Conserte minha rua", em tradução livre), no qual o cidadão pode reclamar de um problema local, como um buraco que precisa ser arrumado.

DEBATE COM A POPULAÇÃO

(DAVID HOLT/FLICKR)

 

Londres, na Inglaterra, estabeleceu que as emissões de poluentes devem ser reduzidas em até 60% até o ano de 2025 (isso em relação as índices dos níveis de 1990). Para alcançar a meta, e manter a aprovação dos londrinos, o planejamento inclui uma série de políticas adicionais discutidas pela Prefeitura diretamente com a população. Desse modelo surgiram iniciativas como o aluguel de bicicletas, a cobrança diária para dirigir na zona de congestionamento e para veículos com alta taxa de emissão de gases. Além disso, a cidade reserva faixas de terra em áreas com população crescente, para facilitar a construção de futuras novas redes de transporte.



SUSTENTABILIDADE E RESISTÊNCIA

(MICHIELVERBEEK/WIKIMEDIA COMMONS)

 

Já Roterdã, que tem um dos maiores portos da Europa e cerca de 80% de sua área abaixo do nível do mar, deu início a um planejamento para tornar-se 100% resistente a enchentes, com uma estratégia de adaptação climática, e ainda reduzir 50% das emissões de gases até 2025, na comparação com 1990. As ações incluem novas redes de calefação que aproveitem a energia e o vapor excedentes da usina local para aquecer edifícios do comércio e habitações, reduzindo o uso de combustíveis fósseis. A cidade no litoral da Holanda também investiu em diversos projetos para se proteger das constantes enchentes, com novos diques de proteção, inspirados na famosa barragem Maeslant (foto), praças de drenagem e uma barreira móvel contra tempestades. Foi realizada ainda uma campanha para que os cidadãos substituam cimento por gramados e a cidade já ganhou 130.000 m² de telhados verdes.



INCENTIVO E EXECUÇÃO

(MIKE FLEMING/FLICKR)

Cidades inteligentes também precisam ser eficientes na implementação de suas medidas rumo ao futuro. Um bom exemplo é Copenhague, na Dinamarca, que conseguiu reunir as políticas de planejamento com as partes interessadas, a fim de fomentar apoio para executar os projetos. O programa “Copenhague Neutra em Termos de Clima até 2025” fez surgir uma ampla gama de iniciativas, como ações de ciclismo, telhados verdes e maior presença de carros elétricos. O setor de tecnologia verde (energia eólica, solar e tecnologia eficiente) cresceu 55% em cinco anos.



INOVAÇÃO E ENERGIA

(VV NINCIC/FLICKR)

 

Em Berlim, na Alemanha, planejar o futuro também significa aliar infraestrutura e tecnologia. Um acordo de 1997 estabeleceu que 75% de todos os edifícios construídos deveriam incluir em sua arquitetura estratégias de energia termosolar. Além disso, com uma política ampla de retrofit para o setor imobiliário, o consumo de energia de 273.000 edifícios pré-fabricados de concreto, na zona leste da cidade, caiu quase pela metade.



INCENTIVO À INTELIGÊNCIA URBANA

(ROMAN BOED/FLICKR)

 

Amsterdã já é conhecida como um dos centros urbanos mais sustentáveis e mais inteligentes do planeta, segundo a revista Forbes. A iniciativa Amsterdam Smart City é uma parceria entre governo, comércio, estudantes e cidadãos para transformar a cidade em um laboratório vivo para tecnologias urbanas inteligentes, onde as empresas poderão testar e demonstrar produtos e serviços inovadores. Nas questões de mobilidade, Amsterdã tem 57% de seus moradores usando bicicleta diariamente, com extensas zonas de 30km/h para segurança das pessoas, e também o apoio para veículos sustentáveis, com a ampliação da infraestrutura para carros elétricos.



POLUIÇÃO DO AR EM PEQUIM

(KENTARO IEMOTO/FLICKR)

Ao redor do mundo, áreas com crescimento urbano acelerado comumente enfrentam graves problemas com a poluição do ar. Em Pequim, a existência de usinas de energia abastecidas por carvão, entre outros fatores, elevou a quantidade de partículas sólidas na atmosfera a níveis 20 vezes maiores do que o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Desde 2016, entre outras ações, a capital da China está substituindo sua última usina a carvão por quatro usinas abastecidas com gás natural, que é uma alternativa mais limpa para o meio ambiente.



TRABALHO PARA A QUALIDADE DE VIDA

(CHUWA FRANCIS/FLICKR)

 

De um centro urbano que sofria com enchentes, secas, doenças urbanas e grande quantidade de favelas, Singapura passou a ser uma das cidades mais habitáveis e sustentáveis do planeta, em uma evolução que começou em sua independência política. O processo foi baseado em uma visão a longo prazo, com planejamento estruturado, inovação sistemática, governança urbana dinâmica e flexibilidade nas ações. Em 2008, a cidade-Estado no Sudeste Asiático criou o Centro para Cidades Habitáveis (CLC), com o objetivo de processar, criar e compartilhar conhecimento sobre o tema e as diretrizes práticas para que centros urbanos densamente povoados possam evoluir para áreas altamente habitáveis. A Shell é parceira do CLC para as pesquisas sobre gestão e soluções urbanas, incluindo os desafios futuros da urbanização e limitação de recurso cada vez maiores.