Lula é proibido de deixar o país e defesa se diz “estarrecida”

ÀS SETE - Ex-presidente embarcaria para a Etiópia nesta sexta-feira, para participar da 30ª Sessão Ordinária da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo

Por Visual News Notícias 26/01/2018 - 09:50 hs

Se nas primeiras 24h depois de sua condenação em segunda instância o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não vê razões para respeitar a Justiça, o que ele e seus apoiadores farão agora, ao saber que seu passaporte foi apreendido pela Polícia Federal.

O ex-presidente embarcaria para a Etiópia nesta sexta-feira, para participar da 30ª Sessão Ordinária da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo, organizado pela FAO, agência de combate a fome da ONU. O responsável pelo evento é o ex-ministro petista José Graziano da Silva, diretor-geral da UNFAO.

A viagem de Lula gerou indignação de opositores. O principal levante foi de advogados ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

“Há indícios razoáveis e concretos de que o condenado em viagem a Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 26, onde participará, no dia seguinte, de evento sobre combate à fome no continente, aproveite a oportunidade para requerer ao país asilo político, possibilidade que exige a proporcionalidade da medida”, afirma petição do advogado Rafael Costa Monteiro.

Outro jurista, Carlos Alexandre Klomfahs, pediu ao tribunal que proíba a saída de Lula do país e a entrega do passaporte no prazo de 24 horas. O Brasil não tem acordo bilateral de extradição com a Etiópia, caso Lula tente alguma manobra.

Mas, como costuma acontecer no Brasil, a decisão de impossibilita a viagem veio de onde menos se esperava.

Foi o juiz Federal Ricardo Leite, da 10a Vara da Justiça Federal em Brasília, quem determinou a apreensão do passaporte atendendo pedido do Ministério Público Federal em uma ação da Operação Zelotes, que investiga tráfico de influência e lavagem de dinheiro na compra de 36 caças suecos. O interrogatório de Lula está marcado para o dia 20 de fevereiro.

A defesa de Lula afirmou, em nota, que recebeu a proibição de viagens internacionais com “grande estarrecimento”.