Por: Sérgio Ferreira
Finalmente a propaganda eleitoral chegou ao rádio e à televisão. E, como esperado, trouxe as marcas que devem estar presentes até a eleição. No caso da Bahia, ficaram muito bem demarcadas as estratégias dos dois principais grupos políticos, representados em 2022 por ACM Neto (União) e Jerônimo Rodrigues (PT). Enquanto os petistas vão insistir na nacionalização da disputa, o ex-prefeito de Salvador vai fugir dessa perspectiva. Tudo de olho no comportamento do eleitor baiano
Se o primeiro dia da propaganda não fosse reservado para governador, o espectador poderia confundir os primeiros momentos do que Jerônimo apresentou com a corrida presidencial. Luiz Inácio Lula da Silva pareceu protagonista, apesar de não ser ele o personagem principal na batalha pelo Palácio de Ondina. Lula, como grande eleitor, está sendo usado desde o primeiro momento em que Jerônimo foi alçado à condição de candidato. Mas, por mais que haja esse esforço, não surtiu o efeito desejado. A grande aposta, como se sabe, é esse período curto de tempo no rádio e na televisão para tornar o candidato ao governo petista conhecido, ao mesmo tempo em que cria a associação dele com Lula.
Até mesmo nos espaços para deputados é perceptível a estratégia de reforço da marca “time de Lula”. Nos contextos entre 2006 e 2014, isso caiu como uma luva para o bom resultado petista na Bahia. Não quer dizer que a lógica vai se repetir em outubro. A aposta é arriscada e não é novidade alguma que há limitações e idiossincrasias que fazem o pleito de 2022 bem diferente daqueles anteriores. Por isso a recorrência nessa bala de prata, como se a eleição de Jerônimo dependesse única e exclusivamente da força de Lula. Quando, na verdade, sabe-se que a grande prioridade petista é a disputa nacional, sendo uma vitória na Bahia um efeito colateral.
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