As imagens do acidente que quase matou a lenda da F1 Niki Lauda

Morre o ex-piloto de Fórmula 1 Niki Lauda, aos 70 anos Ele foi campeão mundial da categoria mais importante do automobilismo em 1975, 1977 e 1984

Por Sérgio Ferreira 21/05/2019 - 06:58 hs

Por Visual News Noticias

Campeão do Mundo em 1975 e 1977 e 1984, Niki Lauda ficou a um ponto do título, em 1976. O ano em que ganhou à morte, ao sobreviver à bola de fogo em que se transformou o Ferrari 312 T2, após um despiste no Grande Prémio da Alemanha. Um acidente que marcou a vida do ex-piloto austríaco.

O acidente aconteceu a 1 de agosto de 1976, durante o Grande Prémio de Fórmula 1 da Alemanha, no circuito de Nurburgring.

Niki Lauda estava numa batalha pela liderança com o McLaren de James Hunt. A corrida começou mal para o austríaco, que escolhera pneus de chuva, após um aguaceiro em Nurburbring.

A perder tempo para os pilotos com pneus lisos, Lauda fez uma paragem e mudou também para "slick". Com pneus frios numa pista húmida, Lauda perdeu o controlo do Ferrari na Bergwerk. Embateu no morro e rodopiou para a pista. O impacto foi te tal ordem que o capacete saiu-lhe da cabeça.

Uma fuga de combustível provocou um incêndio no carro, com Niki Lauda preso no "cockpit". Imagens da altura mostram o frenesim de gente em desespero a tentar controlar as chamas para retirar o piloto do carro.


Outros pilotos, como Harald Ertl, Guy Edwards e Brett Lunger apressaram-se a tentar tirar Lauda da bola de fogo em que se tinha transformado o Ferrari 312 T2, mas foi o italiano Arturo Merzario que conseguiu puxar o austríaco para fora do "cockpit", recorda a Ferrari, numa página dedicada ao acidente.

No momento em que as chamas envolveram totalmente o carro de Niki Lauda, poucos terão acreditado que o campeão em título teria sobrevivido. Lauda ficou ferido com gravidade. Sofreu queimaduras, que lhe ficaram para a vida, mas foi a inalação de gases tóxicos da combustão que o deixou às portas da morte.

Só quatro dias após o acidente, a 5 de agosto de 1976, deixou de correr risco de vida, tendo sido levado do hospital de Mannheim, onde estava internado, para o de Ludwigshafen, entregue aos cuidados de um especialista em queimaduras.

Lauda ficou sem boa parte do cabelo, perdeu a orelha esquerda, as sobrancelhas, pestanas e pálpebras. A coragem e o dinamismo inesgotáveis de que falam a família no comunicado que anunciou o óbito de Lauda, na segunda-feira, saltaram para a "pole" em 1976. Lauda voltou às pistas mês e meio depois, no Grande Prémio de Itália, a 12 de setembro, com um quarto lugar. Nessa época, ficou a apenas um ponto do título de campeão do Mundo de Fórmula 1, o rival da McLaren, James Hunt (69 pontos). O sul-africano Jody Scheckter foi terceiro, com 49 pontos.

Considerado como um piloto cauteloso e calculista, o austríaco perderia o mundial desse ano pelo facto de, na última prova, no Japão, ter abandonado a corrida ao fim da primeira volta, conforme acordado - mas não cumprido - por todos os pilotos, face às adversas condições climatéricas que não permitiam que estivessem asseguradas condições de segurança.

"A minha vida vale mais do que um campeonato", justificou, antes de saber, já no aeroporto, o desfecho do mundial, sendo que apenas precisava de ficar à frente de James Hunt para conquistar o título que recuperaria na época seguinte, em 1977, somando o segundo título na prova, após a estreia no topo do Mundo, em 1975.

Pelo meio, em 1976, escapou à bola de fogo em que se transformou o Ferrari 312 T2 e ganhou o campeonato da vida. As marcas daquela corrida ficaram-lhe para sempre no corpo. A coragem e a determinação na forma como recuperou a vida e voltou às pistas ficaram-lhe até à última bandeirada de xadrez, na segunda-feira.