Mulher dá à luz quadrigêmeos em gestação natural na BA: 'Foi um susto, mas milagre a gente aceita', diz mãe

Pais são da cidade de Riachão do Jacuípe, a cerca de 200 km de Salvador, mas parto ocorreu na capital baiana no dia 26 de janeiro.

Por Sérgio Ferreira 20/02/2018 - 09:39 hs

Uma moradora da cidade de Riachão do Jacuípe, a cerca de 200 km de Salvador, deu à luz quatro bebês em uma gestação natural, sem fertilização. O menino Elias e as meninas Maria Eduarda, Maria Eloisa e Maria Elena nasceram no dia 26 de janeiro, na Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Neto, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.

O parto e o pré-natal foram feitos no local porque, em caso de quadrigêmeos, são necessários cuidados rigorosos. A gestação de quatro gêmeos de maneira natural é rara e só costuma acontecer em uma mulher a cada 600 mil.

A mãe das crianças, Eliomária Gomes, é agente de endemias. Já o pai é caminhoneiro. O casal contou com ajuda da comunidade do município para arcar com os custos quadriplicados da gestação.

“Fizeram rifa, doaram fraldas, berço. Por mais que a gente tenha comprado, mas eram quatro, né? Foi um milagre desde o início, um amor incondicional de pessoas que eu nem conhecia, e vieram ajudar com doações. No momento, eu só tenho que agradecer imensamente”, comemora a jovem.

Eliomária já tinha um filho de 9 anos e diz que a família foi surpreendida com o caso de quadrigêmeos, que não foi planejado. “Sem acreditar. Na nossa família, nem na do meu esposo, têm gêmeos, então no início foi um susto, mas milagre a gente aceita e pronto”, considera.

Ela conta que só pode trabalhar até o início da gestação. “Eu trabalhei até os 4 meses e, dos 4 meses em diante, já começou um repouso mais absoluto, porque poderia ter dado um deslocamento de placenta. A gente sabia que ia ser prematuro, mas caso eu fizesse algo, poderia vir prematuro extremo”, conta.

Na gestação, só haviam três placentas, porque duas das crianças são gêmeas univitelinas e idênticas, ou seja, ficaram em uma placenta só. “É uma gravidez que precisa ser vigiada a cada 15 dias. Além disso, dois dos bebês compartilhavam a mesma placenta. Isso aumenta ainda mais o risco de patologias nessa gestação”, explica a obstetra Patrícia Schmidz.

Foi necessária uma grande equipe na chegada dos bebês: três obstetras, quatro hematologistas, quatro enfermeiros e um anestesista. Dois dos bebês precisaram ir para a UTI Neonatal e dois para a unidade de cuidados intermediários. As crianças já saíram da unidade especializada e agora estão juntos da mãe, que conta com ajuda de uma amiga no método Canguru para cuidar dos bebês.

“Ali existe interação entre mãe e bebê, formação do carinho, estimula alimentação, faz com que o bebê tenha melhor crescimento e reduz a infecção hospitalar”, explica a neonatologista Tereza Paim.

Os bebês ainda vão ficar na maternidade por mais um mês e meio até chegarem ao peso ideal e ainda mamam com ajuda de sonda. A menor foi Maria Eduarda, que nasceu com 1 kg e 15 gramas e 40 centímetros de altura. O maior bebê foi Elias, com 1 kg e 600 gramas e 43 centímetros.

Fonte: G1