Simões Filho: Movimento faz audiência para alertar sobre riscos de aterro sanitário

Ativistas contrários à instalação de um aterro sanitário em Simões Filho

Por Sérgio Ferreira 16/05/2017 - 12:29 hs

Ativistas contrários à instalação de um aterro sanitário em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), tem mais um embate nesta terça-feira (16). Uma audiência do Comitê de Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte vai ouvir representantes do Ministério Público, da prefeitura local, do Inema [autarquia estadual de meio ambiente] e da empresa Naturalle Tratamento de Resíduos, que já levanta a obra. Depois dessa etapa, o movimento "Nossa água, Nossa Terra, Nossa Gente" espera uma solução. Conforme os ativistas, a prefeitura não considerou o prejuízo causado pelo projeto. Um dos argumentos é que a obra – autorizada ainda na gestão anterior em dezembro passado e chancelada pelo prefeitura atual– cause sérios danos ao aquífero [reservatório subterrâneo de água] São Sebastião, potencial fonte de abastecimento da região metropolitana. A construção, situada na BA-094, sobre o Vale do Itamboatá, também, na visão dos ativistas, acarreta perdas às comunidades que moram na região, como pescadores e quilombolas, além de impactar cerca de 60 hectares de mata atlântica. Segundo a gerente de meio ambiente e cidadania da Fundação Terra Mirim, que integra o movimento, Daniela Sampaio, a licença ambiental liberada pelo município não levou essas considerações em questão. "Esse aterro está fora da realidade sócio ambiental. Eles não consideraram os impactos nas comunidades nem a questão hídrica, no aquífero São Sebastião. A gente quer que o Inema não libere essa licença e que o Ministério Público se posicione sobre esse aterro", afirma Sampaio em entrevista ao Bahia Notícias. A audiência ocorre às 8h30, no prédio da Unifacs, no bairro do Stiep, em Salvador.