Professores apontam os temas que devem dominar o Enem

Prova de domingo terá questões de Linguagens e Ciências Humanas

Por Visual News Notícias 03/11/2017 - 11:22 hs

No próximo domingo, 6,7 milhões de candidatos enfrentarão três provas que podem definir o seu acesso ao ensino superior. O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá questões de Linguagens, Ciências Humanas e uma redação. A segunda rodada de provas será no domingo seguinte, dia 12. O Globo ouviu professores sobre o que tem mais chance de cair nas provas e como encarar a última semana de estudos.

 

Foto: Reprodução

 

"Nessa reta final é necessário lidarmos com a sinceridade e a autocrítica. O aluno que estudou bastante está preparado. Não pode fazer revisões de toda a matéria porque isso só vai criar ansiedade. É o momento de uma revisão leve", recomenda Márcio Viveiros, professor de Geografia.

O professor Rafael Duarte, que leciona História, concorda:

"Não dá para estudar 2.500 anos em dias. O aluno precisa selecionar aquilo que tem maior dificuldade ou investir em temas indicados por professores".

Para Raphael Torres, que ensina técnicas de redação, esta semana não é para pessimismo. Se alguma matéria não foi estudada, nada de se lamentar:

"Se você fez um estudo sério e alguns pontos ficaram de lado, não foque neles. É o momento de se voltar àquilo que já vêm desenvolvendo e confiar no seu investimento".

Confira as expectativas dos especialistas.


Márcio Viveiros, Geografia:

Para o professor de Geografia Márcio Viveiros, dos colégios Andrews, Cruzeiro e Instituto Federal do Rio de Janeiro, a prova do Enem trabalha tanto a geografia física quanto a humana.

"Nos últimos anos, a prova veio boa, com temas diversificados e apontando realmente o que é importante na ciência geográfica", afirma Márcio.

O docente destaca as habilidades e temas que são esperados dos candidatos:

"O aluno precisa ter habilidade de ler um gráfico, fazer a leitura e a interpretação de um mapa, assim como de uma tabela. Existem temas que, nos últimos anos, foram mais recorrentes, como a geografia da população, o processo de urbanização, a agricultura brasileira com ênfase na expansão da fronteira da Amazônia e a terceira revolução industrial".


Tatiana Nunes, Português:

Professora de Português da Escola Mopi, Tatiana Nunes afirma que a parte de Linguagens no Enem tem a interpretação como carro-chefe.

"A principal habilidade na prova é a de leitura. Ela está organizada nos gêneros textuais, como jornalísticos, literários, charges e quadrinhos", analisa Tatiana Nunes.

A professora também destaca que a interpretação do enunciado é muito importante na realização do exame e que a gramática geralmente aparece relacionada ao texto.

"A prova não tem um traço de gramática normativa. Ela está sempre ligada ao texto. Por isso, é necessária uma leitura atenta. Não aparece uma pergunta sobre o uso puro da crase. Mas aparece sobre a função de um conectivo em um texto", analisa a docente, que também destaca a pontuação como um tema da prova.

Rafael Duarte, História:

As apostas do professor de História Rafael Duarte, também do Mopi, giram em torno de fatos históricos que têm relação com questões atuais.

"O centenário da Revolução Russa é uma aposta. O episódio recente em Charlottesville pode trazer enunciados sobre disputas históricas raciais nos Estados Unidos. A prova geralmente traz uma questão de patrimônio. Este ano, ela pode ser sobre a zona portuária do Rio e a sua “pequena África”, comenta.

A famosa “decoreba”, por sua vez, não faz parte da realidade da prova de domingo, diz Duarte:

"A abordagem de História no Enem é bastante processual. O exame não exige você saber o nome de um personagem histórico. A ideia é medir suas habilidades e competências. É relacionar a interpretação da fonte histórica com um processo ao longo do tempo".